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Ácidos graxos e as doenças cardiovasculares


Os ácidos graxos são compostos orgânicos pertencentes ao grupo dos ácidos carboxílicos, compostos que apresentam a carboxila e uma hidroxila em sua estrutura, além disso são formados por uma longa cadeia carbônica de 4 a 22 átomos de carbono. Eles podem ser divididos em ácidos graxos saturados (apresentam apenas ligações simples entre os carbonos) e insaturados (apresentam uma ou várias ligações pi entre os carbonos). Os ácidos graxos insaturados são definidos monoinsaturados, ou seja, possuem apenas uma insaturação, ou poli-insaturados, que possuem duas ou mais insaturações.

Figura 1:Fórmula estrutural de um ácido graxo saturado

Figura 1:Fórmula estrutural de um ácido graxo saturado

Figura 2:  Fórmula estrutural de um ácido graxo insaturado

Figura 2: Fórmula estrutural de um ácido graxo insaturado

Os ácidos graxos junto com o glicerol são responsáveis por formar as gorduras ou triacilgliceróis, dependendo das estruturas desses ácidos graxos. O produto formado pode ser sólido ou líquido a temperatura ambiente. Dessa forma, quando os átomos de carbono do ácido graxo possuem apenas ligações simples formam as gorduras saturadas que são sólidas e podem ser encontradas em diversos produtos, como chocolates, carne vermelha. Já quando há ligações duplas formam as gorduras insaturadas que são líquidas, formando os óleos.

                                               Figura 3: Reação de formação das gorduras

Figura 3: Reação de formação das gorduras

 

            A existência de duplas ligações nos ácidos graxos insaturados permite a possibilidade de isomeria geométrica ou cis- trans em suas estruturas. Os isômeros cis são essenciais para o corpo, por exemplo o ômega-3 (ácido linolenílico) e ômega-6 (ácido linoleico), presentes em peixes, como salmão e sardinha e óleos vegetais, como de avelã e de amêndoa. Já os isômeros trans são prejudiciais à saúde, sendo utilizado com o objetivo de aumentar a durabilidade de produtos industrializados e melhorar sua consistência. As gorduras trans podem ser produzidas pela hidrogenação parcial de óleos vegetais, transformando ligações duplas em ligações simples, essa transformação garante uma consistência mais pastosa de diversos produtos, como a margarina, sendo esse processo bastante difundido industrialmente.

            Porém, diversos estudos comprovaram que o consumo de produtos que possuem em sua composição gordura trans está diretamente associado a problemas de saúde já que ocorre redução dos níveis do bom colesterol (HDL) e aumenta os níveis do mau colesterol (LDL), potencializando o risco de doenças cardiovasculares e AVC, além de estar relacionada com o aumento do risco de doença de Alzheimer, diabetes e outras doenças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de gordura trans na dieta deve ser 1% do valor energético da dieta, porém o consumo diário da população em geral é maior do que isso. Dessa forma, para diminuir a quantidade consumida é necessário avaliar os rótulos de alimentos industrializados, a fim de observar quantidade de gordura trans nesses produtos e assim reduzir a quantidade ingerida visando a prevenção da saúde.

Bibliografia:

DIAS, Diogo Lopes.  Ácidos graxos. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/acidos-graxos.htm . Acesso em : 31 de outubro de 2021

MICHA, Renan . Óleos, gorduras sabões e detergentes . Disponível em: http://educacao.globo.com/quimica/assunto/quimica-organica/oleos-gorduras-saboes-e-detergentes.html . Acesso em: 31 de outubro de 2021

PROENÇA, Rossana Pacheco da Costa; SILVEIRA, Bruna Maria. Recomendações de ingestão e rotulagem de gordura trans em alimentos industrializados brasileiros: análise de documentos oficiais. Revista de Saúde Pública, v. 46, p. 923-928, 2012.

NASCIMENTO, Priscila Soares do. Ácidos graxos. Disponível em: https://www.infoescola.com/bioquimica/acidos-graxos/. Acesso em: 31 de outubro de 2021