Estimulantes

O risco do uso de estimulantes


Os estimulantes são substâncias produzidas em laboratórios que aceleram algumas ações do sistema nervoso central. Sua origem pode ser tanto vegetal como a cafeína quanto sintética como anfetaminas. Muitas vezes são utilizados sem prescrição médica por pessoas que desejam estimular algumas funções do cérebro. Porém o uso abusivo desses fármacos causam efeitos maléficos à saúde.

A cafeína é um alcaloide que está presente no cotidiano da maioria dos brasileiros, é uma molécula derivada do grupo xantina, sendo um dos derivados com maior poder estimulante. Quando absorvida pelo corpo a cafeína ocupa os sítios de ligação receptores da adenosina no cérebro, pois as estruturas dessas moléculas são semelhantes (Figura 1), dessa forma o cérebro é confundido e os sinais de cansaço não são percebidos. Com a ingestão rotineira da cafeína o sistema nervoso produz mais receptores de adenosina para se autorregular e retomar seus sensores de cansaço, dessa forma faz se necessário um consumo cada fez maior de cafeína para possuir os mesmos efeitos que atingia quando consumidos no princípio. Quando consumida em níveis baixos ela pode causar vontade frequente de urinar, dores de barriga, irritabilidade e ansiedade, em níveis elevados uma taquicardia.

     imagem deb (Figura 1: Estrutura da cafeína e da adenosina (Nutrasports).)

As anfetaminas (β-fenilisopropilamina) (Figura 2) e suas variantes como a metanfetamina são compostos produzidos em laboratórios com o objetivo de reproduzir a função da adrenalina (Figura 3), seu mecanismo fundamenta-se na liberação de neurotransmissores como dopamina, noradrenalina e serotonina nos terminais nervosos, e na inibição da captação dos mesmos. São usadas ilicitamente por motoristas e estudantes para ficarem acordados por mais tempo para dirigir e estudar por horas mais prolongadas. O uso desses compostos apresenta tolerância e podem levar a dependência, além de causar agitação, ansiedade, taquicardia, hipertensão, confusão mental, paranoia e colapso cardiovascular.

IMAGDEB(Figura 2: Estrutura química básica da anfetamina (MARCON et al., 2012).)

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(Figura 3: Estrutura química da adrenalina (BRONDANI, 2012).)

Além da cafeína e das anfetaminas, existem vários compostos químicos que são produzidos e usados ilicitamente, para aumentar a excitação, o estado de alerta, o desempenho em alguma atividade, e como essas substâncias são ligadas ao sistema nervoso central o risco de dependência é elevado, assim como seus efeitos colaterais, por exemplo, redução do apetite, hipertensão arterial, palpitação, arritmia cardíaca e alucinação, que podem ocasionar a morte.

 

Bibliografia:

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