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Bullying: Até quando?


Apelidos desagradáveis ou leves agressões sem motivos foram, por muitos anos, consideradas atitudes normais entre as crianças, adolescentes e até mesmo alguns pais, que julgavam tais atitudes como parte do desenvolvimento das relações interpessoais. Entretanto, nos últimos anos, cresceram o número de casos de ataques e suicídios relacionados ao bullying, fato este que traz a indagação sobre quão saudáveis são esses determinados atos.

Os primeiros estudos relacionados com o bullying surgiram na Europa, onde os estudiosos começaram a relacionar o aumento da taxa de suicídio de adolescentes com a falta de credibilidade na qual as queixas feitas por alunos eram recebidas pelos seus pais e coordenadores. Muitos jovens, por não serem levados a sério, resolvem agir de maneira infeliz, causando verdadeiras tragédias, tais como:

Massacre de Columbine

Em abril de 1999, Dylan Klebold e Eric harris, dois adolescentes que trabalhavam na universidade de Columbine, tentaram explodir uma bomba na cantina com intuito de matar dezenas de alunos. Por motivos não conhecidos, a bomba não explodiu e os dois decidiram entrar na universidade atirando em quem encontrassem na frente. O sistema de vigilância da universidade registrou imagens angustiantes de várias mortes. Foram totalizadas 13 mortes, incluindo alunos, professores e funcionários. Os dois adolescentes, nas gravações do sistema de vigilância, demostravam está bem transtornados. Não se sabe ao certo, mas o massacre pode ter sido motivado devido ao bullying sofrido pelos autores dos crimes. Klebold e Harris se suicidaram.

Figura 1: Imagem de uma  câmera de segurança durante o atentado de Columbine. Fonte:Daily News

Figura 1: Imagem de uma câmera de segurança durante o atentado de Columbine. Fonte:Daily News

Massacre de Realengo.

Em 2011, Wellington Menezes, um jovem aparentemente bem vestido, recebe autorização de entrar na escola, onde estudou por muitos anos, afirmando que iria ministrar uma palestra, contudo ele havia planejado nenhum discurso acadêmico, mas sim um atentado horrível. Wellington invadiu as salas de aula atirando nos alunos. Ao todo, foram totalizadas 12 mortes e diversos feridos. O atirador foi surpreendido por um policial e acabou por se suicidar com um tiro na cabeça. Segundo colegas de turma de Wellington, ele sofria bullying pelo fato de ter um problema de locomoção e ser muito calado e pouco sociável. Possivelmente, essas foram as motivações para que Wellington protagonizasse essa tragédia.

Figura 2: Faixa sendo colocada no portão do colégio Goyases. Fonte: Uol Notícias

Figura 2: Faixa sendo colocada no portão do colégio Goyases. Fonte: Uol Notícias

O caso mais recente que ganhou repercussão na mídia aconteceu no Brasil, mais precisamente em Goiânia, onde um adolescente levou à escola uma arma pertencente a seus pais, que são policiais, e efetuou disparos contra seus companheiros de classe. O atirador estudava na escola a muito tempo e nunca havia apresentado nenhuma atitude digna de advertência. Alguns colegas de turma do atirador revelaram que ele era vítima de bullying, o que pode ter motivado a sua ação.

Existe uma grande complexidade para determinar as motivações do bullying. Segundo pesquisa da ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência), a motivação depende bastante do ambiente em que o adolescente se encontra. Esses estudos apontam que o bullying acontece tanto em escolas públicas, quanto em escolas particulares, o que demostra que ele não é intrínseco de uma determina classe social.

Muitas das pessoas que são vítimas do bullying não externam isso para seus familiares, fazendo com que levem esse peso consigo por anos e anos. Em todo mundo, são comuns as campanhas contra o bullying buscando amenizar ou até mesmo cessar os impactos causados por ele.

O bullying é um grande problema enfrentado em todo mundo e dessa forma são inúmeras as tentativas de solucionar esse problema. Todas as soluções viáveis aparentam ser modificações de um sentimento simples que deveria ser intrínseco de cada pessoa: O respeito.

REFERÊNCIAS

Educacional. Disponível em: <http://www.educacional.com.br/reportagens/bullying/origem.asp>. Acesso em: 23 out. 2017.

7 casos em que o bullying passou dos limites e acabou em tragédia. Disponível em: <https://www.fatosdesconhecidos.com.br/7-casos-em-que-o-bullying-passou-dos-limites-e-acabou-em-tragedia/>. Acesso em: 23 out. 2017.

Enquete: bullying é problema também em universidades. Disponível em: <https://extra.globo.com/noticias/educacao/vida-de-calouro/enquete-bullying-problema-tambem-em-universidades-7784161.html>. Acesso em: 23 out. 2017.

NELSON, K.; NELSON, K. Columbine killer’s mom: ‘For the rest of my life, I will be haunted’. Disponível em: <http://www.nydailynews.com/news/national/columbine-killer-dylan-klebold-s-mom-rest-life-haunted-horror-article-1.381137>. Acesso em: 23 out. 2017.

Wellington Menezes era vítima de ‘bullying’ nos tempos da escola. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/wellington-menezes-era-vitima-de-bullying-nos-tempos-da-escola-2798927>. Acesso em: 23 out. 2017.

Suspeito de atirar em escola tem 14 anos e é filho de militares | VEJA.com. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/brasil/atirador-de-escola-em-goiania-tem-14-anos-e-e-filho-de-militares/>. Acesso em: 23 out. 2017.

Monteiro, L. (2017). Pesquisa da ABRAPIA sobre bullying. [online] Naodaparaficarcalado.blogspot.com.br. Available at: http://naodaparaficarcalado.blogspot.com.br/2011/04/pesquisa-da-abrapia-sobre-bullying.html [Accessed 27 Oct. 2017].