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Tabaco e o elemento radioativo Polônio


O polônio (Po 210) foi descoberto em 1988 pelo casal Marie e Pierre Curie. Ao fazerem a análise da pechblenda em busca de definir sua radioatividade, o casal notou que ao isolarem e removerem o urânio e o tório, elementos que deveriam conferir esta propriedade ao mineral, o mesmo permanecia radioativo. Desse modo, eles continuaram analisando a amostra em busca de outros elementos que pudessem justificar o observado, chegando a descoberta de um novo elemento, o Polônio, que recebeu este nome devido a Terra natal de Marie Currie, a Polônia.

Figura 1: Minério de Pechblenda, fonte de obtenção do Polônio. Fonte:  . Acesso em 09/02/2018

Figura 1: Minério de Pechblenda, fonte de obtenção do Polônio.
Fonte: <http://internacional.estadao.com.br/blogs/radar-global/polonio-a-substancia-radioativa-altamente-toxica-que-matou-o-espiao-litvinenko/> . Acesso em: 09/02/2018

A radioatividade do polônio está associada a emissão de partículas alfas com energia na ordem de 5,3 MeV, emitindo também fótons gama com energia de 803 keV. Porém, esta emissão possui curto alcance e para que haja a contaminação é necessário ingestão, inalação ou contato com ferida aberta no corpo. Portanto, essas partículas alfas podem ser simplesmente barradas pela roupa ou queratina da pele.

Estudos apontam que existem milhares de substâncias presentes no cigarro, entre elas encontra-se o polônio que é fortemente associado a causa de câncer no pulmão. Por muitos anos as empresas de fabricação de cigarro tentaram eliminá-lo de sua formulação, porém não houve publicações de estudos que comprovassem a efetiva eliminação. Essa falta de êxito pode ser associada ao fato de que a contaminação acontece nas folhas do tabaco que sofrem adesão das partículas do polônio presentes no ar. Por ser hidrofóbico o elemento não é arrastado pela água da chuva e fica efetivo até o ato de fumar, onde sofre combustão.

Referência:

NUNCIO, Daniel; DA TRINDADE, Fernanda Rocha. PRESENÇA DE POLÔNIO-210 NO TABACO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. Revista Destaques Acadêmicos, v. 8, n. 3, 2016.