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CIÊNCIA E SOCIEDADE: A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA


A ciência busca o entendimento do mundo ao nosso redor através de questionamentos, formulações de hipóteses e análises empíricas, que utilizam equipamentos para a determinação de dados.

As tecnologias surgem como aplicações dos conhecimentos científicos, o que possibilita o avanço da humanidade. Mesmo com toda essa importância, o conhecimento científico acaba por ser parcialmente oculto para uma boa parte da população e isso dá espaço para a o crescimento do misticismo e de pseudociências, que são crenças divulgadas como ciência, mas que não utilizam métodos empíricos.

Uma aplicação tecnológica pode envolver muitas questões sociais e ambientais, o que faz com que uma decisão feita por um seleto grupo de especialistas possa não ser a melhor possível, já que isso envolve muitos setores e precisa ser analisado por diferentes pessoas. Um exemplo disso é o uso do DDT(diclorodifeniltricloroetano), que foi um pesticida largamente utilizado durante a segunda guerra mundial e teve suas influências nocivas, como bioacumulação e potencial cancerígeno, denunciadas pelo cientista Carson (1980) no seu livro Primavera Silenciosa. Essas denuncias não foram levadas em consideração por boa parte da comunidade científica e de empresas químicas, sendo que o combate ao DDT e a sua posterior proibição só aconteceram por conta da ação de grupos ativistas formados por cidadãos que leram o livro de Carson e compreenderam a proporção do problema, o que indica a importância da participação da população e o seu respectivo conhecimento acerca do caso envolvendo tecnologia/ciência [1].

As decisões que envolvem a ciência, em âmbito social, precisam ser tomadas de modo democrático, levando em conta uma boa parte da população, já que a “elitização do conhecimento” [2] pode gerar decisões tendenciosas, o que cria a necessidade de um conhecimento mínimo por parte dos cidadãos em geral. O processo de adquirir esse conhecimento tecnológico e científico é chamado de alfabetização científica e precisa ocorrer desde cedo dentro da formação pessoal.

Para que a alfabetização científica possa ocorrer, é necessário que haja investimentos, por parte do governo e empresas, o que se apresenta como uma grande barreira, principalmente no Brasil, na educação básica. Além desse investimento, é interessante a criação de um ensino mais dinâmico, que transmita a real natureza da ciência de maneira didática e de fácil entendimento.

Segundo o site InfoEscola, o conceito de alfabetização científica pode se dar em três formas: “o primeiro aborda aspectos relativos ao interesse dos educandos pelas ciências, o segundo à interação das ciências aos aspectos sociais dos alunos, e o terceiro à compreensão científica da vida em um contexto geral” [3].

Referências:

[1] JOÃO PRAIA. O Papel da Natureza da Ciência na Educação para a Cidadania. Ciência e educação v. 13, n. 2, p. 141-156, 2007

[2] A Elitização do Ensino. Disponível em: <https://www.alemdosmuros.org/single-post/2017/06/21/A-Elitiza%C3%A7%C3%A3o-do-Ensino> Acesso em: 24/01/2018

[3] Alfabetização Científica no Processo de Ensino-Aprendizagem. Disponível em: <http://www.infoescola.com/educacao/alfabetizacao-cientifica-no-processo-de-ensino-aprendizagem/> Acesso em: 24/01/2018

• Leia mais em:

http://w3.ufsm.br/labdros/arquivos/exper/ciencia.htm

http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09.pdf

http://redes.moderna.com.br/2015/07/24/pnld-2016-a-alfabetizacao-espacial-e-cientifica-para-despertar-a-vontade-de-aprender-sempre-mais/