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Objetos espaciais na Terra: tipos e impactos


  Você já deve ter ouvido falar em filmes como “Não olhe para cima”, representando o impacto catastrófico que objetos espaciais podem causar na terra. Mas que objetos são esses? Realmente seria possível um meteorito de 10 km de diâmetro como o retratado no filme destruir o planeta terra inteiro?

Figura 1: cena do filme “Não olhe para cima”

Figura 1: cena do filme “Não olhe para cima”

  Primeiramente é preciso entender que tipos de objetos espaciais podem chegar ao nosso planeta. Basicamente esses objetos recebem nomes de acordo com os locais em que se encontram. A princípio quando corpos maiores se chocam, como asteroides (restos rochosos originados da formação do sistema solar) com cometas (objetos que orbitam o sol feitos de gelo e poeira e não rochosos), algumas partes deles, de diferentes tamanhos, se quebram, dando origem aos meteoroides. Alguns deles são rochosos, outros metálicos ou a junção de ambos.

  A partir do momento em que esses meteoroides entram na atmosfera de qualquer planeta a uma temperatura e velocidade muito altas, eles passam a ser chamados de meteoros, muitas vezes eles são confundidos com cometas pelo aspecto luminoso, no entanto, não é a mesma coisa, pois a “cauda luminosa” de um cometa ocorre em decorrência da poeira e do gelo que vaporiza já que ele orbita ao redor do sol, enquanto que a cauda do meteoro é devido ao  grande atrito que ele sofre na atmosfera.

  Quando os meteoros conseguem atravessar a atmosfera de um planeta eles são nomeados de meteoritos. Há três tipos de meteoritos em decorrência da sua origem: ferrosos, rochosos e rochosos-ferrosos. Os ferrosos são característicos por apresentar elementos químicos como ferro e níquel principalmente, mas também podem apresentar outros como: cobalto, gálio, irídio, arsênio e ouro, elementos-traço. Já os rochosos, representando a maioria dos meteoritos, são formados por minerais que contem silicatos, ou seja, materiais feitos de silício e oxigênio, eles também podem conter alguns tipos de metais em menor quantidade, como ferro e níquel.

Figura 2: meteorito ferroso na Bahia com os elementos químicos exemplificados Fonte: Geologia USP- série científica

Figura 2: meteorito ferroso na Bahia com os elementos químicos exemplificados
Fonte: Geologia USP- série científica

Figura 3: Meteorito rochoso Fonte: infoescola

Figura 3: Meteorito rochoso
Fonte: infoescola

 

Figura 4: meteorito rochoso-ferroso Fonte: infoescola

Figura 4: meteorito rochoso-ferroso
Fonte: infoescola

  Alguns desses meteoritos podem causar grande impacto na crosta terrestre, embora cerca de 100 toneladas de material interplanetário caem diariamente, a maioria sendo poeira liberada por cometas. Um exemplo de um meteorito que teve grande impacto, que tem hoje como evidência a cratera de Chicxulub no México, possuindo 180 km de diâmetro foi o que provou a extinção dos dinossauros. Estima-se que esse meteorito possuía mais de 10 km de diâmetro, o choque dele na terra no oceano liberou uma energia equivalente a dez bilhões de bombas atômicas de Hiroshima. Esse choque liberou uma quantidade enorme de dióxido de carbono, causando uma mudança na temperatura do planeta com o efeito estufa. Além disso, o choque proporcionou também uma nuvem de poeira e cinzas cobrindo toda a superfície do planeta Terra durante cerca de dez anos, ou seja, uma década com baixíssima entrada de luz solar. Além disso o ângulo e o local onde ele caiu corroborou muito para aumentar os impactos negativos. Todos esses fatores provocaram um desequilíbrio ecológico muito grande, levando, assim, os dinossauros a extinção no decorrer do tempo.

Figura 5: cratera de Chicxulub no México Fonte: Revista Super interessante

Figura 5: cratera de Chicxulub no México
Fonte: Revista Super interessante

  Então sim, um meteorito de 10 km de diâmetro seria capaz de causar situações catastróficas a ponto de ter potencial para exterminar um planeta como o nosso inteiro, não só pelo impacto em si, mas também pelos detritos que se espalhariam pela atmosfera. No entanto, a NASA tem conhecimento de possíveis asteroides ou cometas considerados de risco devido ao grande impacto que eles poderiam causar na terra, já que algumas chegam a ter mais de 140 metros de tamanho com, proximidade, relativamente perto da Terra. O maior risco, segunda a NASA, seria do asteroide denominado FD 2009, que, no ano de 2185, terá apenas 0,2% de chance de impactar a terra.

  Mas, não se preocupe, escritórios de defesa planetária como o da Nasa e da ESA(Agência Espacial Europeia) já monitoram esses corpos celestes, eles analisam a trajetória desses objetos e até mesmo missões para testar o desvio desses objetos já foram iniciadas.

 

 

 

 

Bibliografia:

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METEOROS, meteoritos, asteroides e cometas: entenda as diferenças entre eles. [S. l.], 25 jun. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/meteoros-meteoritos-asteroides-e-cometas-entenda-as-diferencas-entre-eles/. Acesso em: 18 jan. 2022.

‘NÃO Olhe Para Cima': um cometa de 10 km pode destruir a Terra? Essa e outras questões sobre o filme da Netflix. [S. l.], 28 dez. 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-59808957. Acesso em: 18 jan. 2022.

O METEORITO Bendegó: história, mineralogia e classificação química. Revista Brasileira de Geociências , [s. l.], 1 mar. 2011.

O METEORITO Palmas de Monte Alto: aspectos petrográficos e mineraloquímicos. Revista do Instituto de Geociências – USP, [s. l.], 1 set. 2018.

https://super.abril.com.br/ciencia/cientistas-vao-perfurar-o-ponto-da-explosao-que-dizimou-os-dinossauros/

https://www.bbc.com/portuguese/geral-39933336