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Fluoresceína: nos olhos e na química


                Angiografia fluoresceína é um exame que serve para estudar as características do fluxo sanguíneo nos vasos da retina e coroideia (estruturas do olho). É indicado nos casos de Diabetes, Hipertensão, Anemia falciforme entre outras. Para isso, é utilizado um contraste chamado fluoresceína sódica, que é injetado no braço e em apenas alguns segundos pode ser fotografado o interior do olho.

                         Figura 1: Fotografia de um olho por exame de angiografia fluoresceína

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                                                            Fonte: Instituto de Olhos

                   A Fluoresceína é um composto orgânico, da classe dos xantenos, que é usado como indicador de adsorção. Ele pode ser encontrado na forma de um sólido amarelo ou de um cristal vermelho ou laranja. No exame ocular, o cristal é usado como contraste, pois brilha na cor amarelo-esverdeado em meio alcalino, devido o pH do sangue ser na faixa entre 7,35 a 7,45.

                                             Figura 2: fórmula estrutural da flouresceína

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                                                                  Fonte: Pubchem

                    Isso ocorre, pois, a fluoresceína é um fluorescente, ou seja, só emite radiação eletromagnética enquanto receber energia de uma fonte externa, como a luz que a máquina fotográfica libera no interior do olho.

                Quando as moléculas recebem essa energia, absorvem, promovendo transições de elétrons, saindo do seu estado fundamental (de menor energia e mais estável) para um estado excitado (de maior energia e instável). A fim de reestabelecer seu estado inicial, a fluoresceína libera energia na forma de fótons e os elétrons retornam ao estado fundamental. A energia associada a estas transições eletrônicas são descritas através da equação de Planck.

             Na química, a fluoresceína e seus derivados são usados comumente para determinar a concentração de ânions através da precipitação de sais de prata. No quadro a seguir, estão as espécies que podem ser analisadas por certos indicadores de adsorção.

                                           Quadro 1: Aplicações de indicadores de adsorção

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                                         Fonte: Adaptado de (DANIEL HARRIS, 2012, p.741)

Dessa forma, é possível determinar a curva de titulação e o ponto de equivalência desses sais, pois os indicadores mudam de cor assim que a concentração dos íons em excesso muda, similarmente aos indicadores de pH. Por exemplo, a diclorofluoresceína que possui uma cor amarelo-esverdeado em solução e quando há formação de precipitado, como AgCl, torna-se rosa. Isso ocorre, pois, a forma aniônica do indicador é adsorvida quando há um excesso de Ag⁺ que confere ao cloreto de prata uma carga positiva na superfície cristalina.

 

Bibliografia

Instituto de Olhos. Angiografia com Fluoresceína. Disponível em: <https://ioc.com.br/exames/view/id/14/angiografia-com-fluoresceina.html>. Acesso em: 14 de dezembro de 2020.

PubChem. Fluorescein. Disponível em: <https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Fluorescein>. Acesso em: 15 de dezembro de 2020.

HARRIS, Daniel C. Análise Química Quantitativa. Tradução: Oswaldo Esteves Barcian, Júlio Carlos Afonso. 8º edição. Rio de Janeiro: LTC, 2012. Título original: Quantitative chemical analysis.