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Descongestionante nasal: um alívio perigoso


Fumaças, alergias, mudanças climáticas, infecções virais, ácaros, estresse etc. São inúmeros os motivos que contribuem para o mesmo resultado desagradável: o entupimento das narinas. Difícil encontrar quem nunca tenha passado por essa desconfortável experiência, sendo muito comum o uso, mesmo sem prescrição médica, de descongestionantes nasais. Contudo, o alívio gerado por esses medicamentos é momentâneo e, se não utilizado de forma correta, pode causar várias reações adversas. Aqui, trataremos um pouco sobre o funcionamento e os perigosos gerados pelo uso excessivo desse tipo de medicação.

Como mencionado anteriormente, o nariz entope por diversas razões. Diferentemente do senso comum, não é o acúmulo de muco ou catarro que provoca obstrução, mas sim a dilatação dos vasos sanguíneos que irrigam o nariz. Por causa dessa vasodilatação, ou seja, do aumento da quantidade de sangue que irriga as narinas, o nariz incha, como um mecanismo de defesa do organismo para tentar eliminar o que está causando o problema. A base de nafazolina (ver figura 1), fenoxazolina e oximetazolina, os descongestionantes nasais funcionam como vasoconstritores, ou seja, diminuem o inchaço, facilitando a circulação de ar e gerando um alívio imediato nos sintomas de obstrução.

Figura 1: Estrutura molecular da nafazolina.
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O problema é que a sensação de alívio tem prazo limitado e logo se sente a necessidade de utilizá-lo novamente. Com o uso contínuo dos descongestionantes, a mucosa nasal passa a absorver traços das substâncias responsáveis pela ação vasoconstritora do medicamento, o que pode provocar problemas cardíacos, como arritmia (alteração do ritmo cardíaco normal). Isso acontece porque essas substâncias simulam os efeitos da adrenalina no corpo.

Outra consequência do uso incorreto desse tipo de medicação é a rinite medicamentosa. Como já explicado, os descongestionantes aliviam os sintomas de obstrução nasal. Com isso, o cérebro interpreta que o muco formado (mecanismo de defesa) está ineficiente e ordena a produção de mais muco. Assim, quando o efeito do descongestionante passa, a obstrução do nariz está em uma situação pior do que antes, levando ao novo uso do remédio. Esta situação formula um estado de obstrução nasal sem secreção denominado de rinite medicamentosa. Além dos efeitos colaterais já mencionados, ainda temos insônia, aumento da pressão arterial, perda de olfato, desobstrução da mucosa nasal, vício, dentre outros.

Em vista do que foi exposto, o uso de descongestionantes nasais deve ser feito com responsabilidade. Especialistas advertem que o uso desse tipo de medicamento não ultrapasse 3 dias consecutivos.

Bibliografia

OLIVEIRA, A. Descongestionante nasal: conheça os riscos e como substituí-lo. Disponível em: <https://www.dicasonline.com/descongestionante-nasal-riscos/>. Acesso em 28 de julho de 2018.

PATRICIA, K. Descubra porque você está ficando viciado em descongestionantes nasais. Disponível em <https://diariodebiologia.com/2011/06/como-agem-os-descongestionantes-nasais-e-por-que-eles-viciam/>. Acesso em 28 de julho de 2018.

SOPRANI, J. O que é Neosoro? Disponível em <https://biosom.com.br/blog/medicamentos/neosoro/>. Acesso em 28 de julho de 2018.

Bibliografia das figuras

Figura 1

Universo da Química. Disponível em: <http://universechemistry.blogspot.com/2015/11/v-revisao-da-unit.html>. Acesso em 06 de agosto de 2018.

Figura 2

O arquivo. Alívio perigoso: o vício em descongestionante nasal. Disponível em:<http://www.oarquivo.com.br/variedades/qualidade-de-vida/4751-al%C3%ADvio-perigoso-o-v%C3%ADcio-em-descongestionantes-nasais.html>. Acesso em 28 de julho de 2018.