A radiografia é uma técnica importante para diagnósticos na medicina, por gerar imagens detalhadas de órgãos internos, o que direciona ao melhor tratamento em cada caso. Entretanto, ao utilizar os raios-X, apenas as estruturas mais densas como os ossos são identificáveis. Isso ocorre porque essas ondas-eletromagnéticas são altamente energéticas e atravessam facilmente as moléculas do corpo humano, o que dificulta no exame de órgãos mais gelatinosos ou com grande concentração de água, como os vasos sanguíneos, estômago, coração entre outros.
As substâncias químicas contrastantes foram a solução encontrada para que a radiografia tornasse ainda mais útil ao melhorar na prevenção e na identificação de doenças tão sérias como o câncer. Esses compostos são capazes de aumentar o contraste dos órgãos, ou seja, densos o suficiente para que o raio-X seja absorvido, assim gerando imagens detalhadas.
Os contrastantes são classificados em Iodado iônico, não iônico e não Iodado. A seguir alguns exemplos dessas moléculas e suas características.
- Iodado Iônico
São aqueles que dissociam em água. O Diatrizoato de sódio (figura 1) é um exemplo, sendo utilizado na sialografia (glândulas salivares), artrografia (articulações) entre outros.
Figura 1: Estrutura molecular do Diatrizoato de sódio
Fonte: MedChemExpress
- Iodado não iônico
São aqueles que não dissociam em água, porém ainda são capazes de interagir. O Ioexol (figura 2), por exemplo, é utilizado em urografia (rins, vias urinárias e bexiga), arteriografia (artérias) entre outros.
Figure 2: Estrutura molecular do Iohexol
Fonte: MedChemExpress
- Não Iodado
São aqueles que não possuem Iodo na sua composição. Como o sulfato de bário (BaSO₄), um sal insolúvel, que é usado em exames do sistema digestivo.
Figure 3: Exame de raio-x com sulfato de bário
Fonte: Radiologia blog
A utilização dessas substâncias evidencia a importância da química na área da saúde e para a sociedade. Nesse texto foi apresentado apenas 3 exemplos de várias moléculas que são utilizadas e, além disso, ainda há o gadolínio que ajuda na formação de imagens nos exames de ressonância magnética. Um grande avanço que levou um pouco mais de meio século.
Bibliografia:
MORSCH, José Aldair. Exames contrastados: para que serve, tipos de contrastes e riscos. Disponível em: <https://telemedicinamorsch.com.br/blog/exames-contrastados> Acesso em: 13/08/2020
PINHHO, et al. Avaliação de meios de contraste submetidos à radiação ionizante. Disponível em:<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842009000500010> Acesso em: 13/08/2020