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O Hidrogênio como o combustível do futuro


Com o aumento das campanhas de preservação ambiental, as pessoas passaram a ter uma visão diferente da que tinham no século passado, sobre poluição. A fim de se adequar a essa demanda, empresas de todas as áreas passaram a investir na propaganda do sustentável, para mostrar aos seus clientes que os seus produtos causaram menos impactos ambientais na fabricação do que os de seus concorrentes. Para cumprir o proposto, tais empresas utilizam diferentes estratégias, sendo que uma das mais comuns é a utilização de fontes limpas ou menos poluentes de energia.
Por conta do aumento da divulgação do efeito estufa pelas mídias, os combustíveis fósseis vêm tendo um papel de vilão neste cenário. Sendo formados de variados compostos de carbono, sua queima libera o “gás do efeito estufa” ou “gás carbônico”, Dióxido de Carbono (CO2). Muitos são os usos desses combustíveis, mas o destaque maior com certeza são os automóveis: só no Brasil, no ano de 2018, havia 44,80 milhões de veículos (carros, ônibus, caminhões, vans…) e 13,12 milhões de motocicletas, entre novos e usados. Com parte deles em funcionamento, já é possível mensurar algumas toneladas de CO2 indo para a atmosfera, mas e os automóveis dos outros países do mundo? Baseado nessa preocupação, empresas automobilísticas vêm buscando fontes alternativas de energia e uma delas é o Hidrogênio.

A utilização do hidrogênio (H2) como combustível não é algo recente, pois sua forma líquida já era utilizada em foguetes e cápsulas espaciais. Algumas características o fazem ser uma boa opção: é leve (de baixa densidade), por ser a molécula com menor massa molecular existente (2g/mol), e possui grande capacidade de gerar energia. Tal energia é produzida a partir de uma reação de oxirredução com o Oxigênio (O2), disponível no ambiente:

O2 + 4H+ + 4e- → 2H2O E°red = +1,23V (1)
2H+ + 2e- → H2 E°red = 0,00V (2)

Lembrando que os potenciais padrões de redução foram medidos com base no Eletrodo Normal de Hidrogênio (ENH). Temos a equação resultante:

O2 + 2H2 → 2H2O E° = +1,23V (3)

Como o potencial da equação (3) é positivo e elevado, nas condições padrão, essa reação é espontânea e capaz de produzir grandes quantidades de energia, além do principal ponto: não é poluente, visto que o único produto dessa reação é a água. Já existem alguns carros com essa tecnologia, um deles é o Mirai, da Toyota. Com seu tanque cheio (comporta 5,6kg de H2), possui autonomia de 650km, mas, claro, nem tudo são flores: seu preço inicial é de US$ 49.500 e há pouquíssimas estações de abastecimento de hidrogênio disponíveis; outro ponto é que, como esse combustível ainda não é produzido em larga escala, seu preço tende a ser elevado, já que, mesmo sendo gerado em diversos processos químicos nas indústrias, o gás acaba sendo descartado.

Mas isso não é motivo para perder as esperanças; assim como no século XX os computadores eram enormes, com altos preços, mal realizavam operações básicas matemáticas e hoje temos os smartphones, é possível que o futuro dos veículos movidos a hidrogênio esteja mais próximo do que podemos imaginar.

BIBLIOGRAFIA

https://brasilescola.uol.com.br/quimica/combustivel-hidrogenio.htm
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0074248-frota-brasileira-deve-chegar-em-2020-a-471-milhoes-de-veiculos
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2021/02/03/toyota-mirai-testamos-carro-movido-a-hidrogenio-que-ainda-purifica-o-ar.htm
https://insideevs.uol.com.br/reviews/462868/avaliacao-impressoes-dirigir-novo-toyota-mirai-hidrogenio/#:~:text=A%20partir%20de%20US%24%2049.500,66.000%20(R%24%20342.000)