Em 1986, na Inglaterra, ocorreu um crime terrível, um estupro seguido de homicídio de duas garotas. Tal caso foi solucionado através de uma técnica inédita na época, a comparação do DNA. Todos os homens do vilarejo de Leicester doaram amostras de sangue que foram comparadas com traços de sêmen coletados dos corpos das vítimas. Nasceu assim uma nova era da investigação criminal.
De fato, os famosos testes de DNA chamam a atenção das pessoas por serem, muitas vezes, a chave na resolução de crimes em filmes e também na vida real. Mas como são feitos os testes de DNA? Como coletar amostras seguras e qual a técnica utilizada?
O Ácido Desoxirribonucleico (DNA) é responsável por manter as informações genéticas de cada individuo a fim de poder ser transportada e traduzida nas células. Uma molécula de DNA tem fita dupla constituídas da combinação de nucleotídeos, que por sua vez são compostos de bases nitrogenadas (existem quatro), pentose e fosfato. Cada indivíduo possui uma sequencia de nucleotídeos própria que determina seu código genético.
O DNA está contido em todas as células nucleadas, dessa forma é possível coletá-lo a partir de uma gota de sangue, saliva ou até mesmo de um fio de cabelo.
É muito importante que a coleta do DNA seja feita de forma que se tenha menos erros possíveis. O responsável pela coleta do material deve sempre usar luvas para não contaminá-lo. O utensilio que se deve usar na coleta depende do estado físico do material: se este é líquido, como uma gota de sangue ou saliva, é utilizado o suabe (o mesmo que um cotonete), já para um fio de cabelo, usa-se uma pinça. O material deve ser guardado de modo que sua atividade biológica não seja comprometida, por isso usa-se um recipiente frio e seco.
O teste de DNA é realizado através de uma técnica chamada Polimerase Chain Reaction (PCR). Para comparar amostras pela PCR, estas devem primeiro ser tratadas por uma enzima resistente ao calor, denominada Taq DNA polimerase, que reage com o DNA amostra em locais específicos. A amostra deve ser submetida ao calor, para que a fita dupla de DNA se separe, e depois resfriada a uma temperatura adequada para que a enzima sintetize “os blocos” de nucleotídeos, denominados também DNA alvo, que se repetem naquela determinada amostra, sendo esse procedimento repetido várias vezes.
Em seguida é usada a técnica de Eletroforese, onde as amostras são colocadas em um gel, (geralmente de poliacrilamida) e assim as moléculas de DNA são separadas de acordo com o tamanho, forma e compactação. Através da comparação das bandas obtidas da eletroforese de cada amostra pode-se visualizar a compatibilidade ou não do material.
Em 2012, no Brasil, uma emenda à lei N0 12.654 propôs a criação de um banco de perfil genético, que possibilita a coleta de amostras de DNA de criminosos e o envio das mesmas para a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). Já na Inglaterra e no País de Gales, essa realidade é mais rígida, qualquer pessoa que seja presa ou apenas detida pela polícia, independente da razão, deve fornecer amostras de seu DNA para compor o banco de perfis genético do país.
REFERNCIAS
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA DO PARANÁ. A genética na investigação criminal (DNA). < http://www.ic.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=7> Acesso em 22 de Janeiro de 2018.
GIZMODO BRASIL. Como os testes de DNA auxiliam da solução de crimes. < http://m.gizmodo.uol.com.br/exames-de-dna-e-crimes/?utm_source=www.google.com.br&utm_medium=referrer&utm_campaign=mobile-redirect> Acesso em 22 de Janeiro de 2018.
TODA MATÉRIA. DNA. < https://www.todamateria.com.br/dna/> Acesso em 22 de Janeiro de 2018.
MARIANA DO VALLE. Biologia Molecular, teste de paternidade. 2005.
CARLA JOANA F.G, DR. PEDRO B. Técnicas de Biologia Molecular Aplicadas na Investigação Forense. PUC Goiás.
Figuras:
Figura 1: GIZMODO BRASIL. Como os testes de DNA auxiliam da solução de crimes. < http://m.gizmodo.uol.com.br/exames-de-dna-e-crimes/?utm_source=www.google.com.br&utm_medium=referrer&utm_campaign=mobile-redirect> Acesso em 22 de Janeiro de 2018.
Figura 2: < https://blogdoenem.com.br/biologia-enem-testes-dna/> Acesso em 22 de Janeiro de 2018.