A utilização de protetores solares é um fator importante na proteção da pele contra os raios solares. Isso porque a luz solar pode danificar nossa pele causando, por exemplo, o surgimento de rugas, envelhecimento precoce, eritema (vermelhidão na pele), perda da elasticidade e câncer de pele. Dessa forma, é essencial o uso de filtros solares, principalmente em horários em que a radiação solar é mais intensa, como depois das dez horas da manhã e durante a tarde.
Os raios ultravioletas (UV), presentes na luz solar, são os principais causadores de danos na pele. O UVA é responsável pelo bronzeamento devido a fotoxidação da leucomelanina e, dependendo da pele e do tempo de exposição, pode favorecer o surgimento do câncer de pele. O UVB, que chega na atmosfera em menor quantidade em comparação ao UVA, é responsável pelas queimaduras solares e é o principal causador do câncer de pele. Já o UVC não chega à superfície terrestre, pois é absorvido pela camada de ozônio.
Para evitar os danos causados por essas radiações, deve-se usar filtros solares. Existem dois tipos: os filtros orgânicos (conhecidos como filtros químicos) e os filtros inorgânicos (conhecidos como filtros físicos). Apesar de serem usuais, os termos “químico” e “físico” não são os mais adequados, pois ambos têm substâncias químicas. Isso pode gerar confusão em algumas pessoas e uma tendência ao favorecimento da vendo dos filtros “físicos”, pois o termo “químico” muitas vezes é interpretado de forma errônea como algo negativo.
Os filtros orgânicos são loções que têm em sua composição compostos aromáticos conjugados com carbonila. Com essa estrutura, as moléculas são capazes de absorver os raios UV transformando essa energia em calor. Dessa forma, essa absorção impede que os raios solares penetrem na pele. Alguns dos compostos que podem ser encontrados são a benzofenona (absorve UVA) e a sulisobenzona (Absorve UVA e UVB).
Já os filtros inorgânicos têm em sua composição, normalmente, óxido de zinco ou dióxido de titânio. Apesar de também absorverem uma pequena parte da radiação, seu principal meio de atuação é através da reflexão da luz solar. Com isso, o filtro consegue impedir que a radiação penetre a pele.
Nas embalagens dos protetores é comum ver um número, que corresponde ao fator de proteção solar (FPS). Esse fator pode ser definido como a quantidade de radiação necessária para causar eritema na pele protegida pelo filtro solar em relação à quantidade de radiação necessária para causar o mesmo dano na pele sem proteção, sendo que esse cálculo é feito em relação aos raios UVB. Isso quer dizer quer o FPS mede a eficácia do protetor solar.
A escolha do FPS vai depender da pele e do tempo de exposição ao sol do usuário. O SPF 15 protege a pele em 93% dos raios solares, o SPF 30 protege 97%, o SPF 50 protege 98% e o SPF 100 protege 99% da radiação. Quanto maior o fator de proteção, menor será a diferença da porcentagem de proteção, sendo que nenhum protetor protege a pele 100%.
FIGURAS:
Fonte 1: http://www.chemspider.com/Chemical-Structure.2991.html?rid=3c854349-414c-4393-b365-07bfe6f0d3bc&page_num=0 (Acesso em 24/07/2018)
Fonte 2: http://www.chemspider.com/Chemical-Structure.18829.html?rid=c9058dd6-3882-4a77-9d8a-97d73fb3c8fc (Acesso em 24/07/2018)
Fonte 3: https://www.solaveil.com/pt-br/about-solaveil (Acesso em 24/07/2018)
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