Corrosives

Ataques domésticos por queimadura química


Existem casos de violência doméstica causadas por fortes agentes químicos (ácidos e básicos), que são facilmente encontrados nas prateleiras de supermercados. Esses produtos químicos em contato com a pele causam queimaduras graves e o tratamento só pode ser feito em hospitais.

No entanto, nem todo produto químico encontrado em supermercados pode ser usado para provocar a lesão. As substâncias químicas usadas de forma correta não fazem mal algum à saúde. O ácido acético, por exemplo, está presente em nossa alimentação no vinagre. O hidróxido de amônio, classificado como base, é usado diariamente para descoloração dos fios. E nenhum dos dois causa danos tão sérios à integridade humana, pois chegam a ser 100 vezes mais fracos em escala de acidez que os compostos usados para causar a queimadura química.

O produto líder nesse tipo de ataque é o ácido clorídrico, comercializado como ácido muriático. Ele deveria  ser utilizado somente para limpeza da casa após uma obra, porém, o que vemos no cenário atual é agressores misturando esse produto à cola e derramando sobre a vítima. O objetivo de adicionar a cola é dificultar a remoção do ácido resultando numa queimadura de maior grau. As causas do crime muitas vezes são as brigas entre cônjuges e vizinhos ou rompimento de relacionamento e ocorre, principalmente, contra mulheres. A intenção primordial é causar a deformação facial, mas outras áreas como pescoço, ombros e braços também são fortemente atingidas.

Há casos de ataque com agentes químicos em todo o mundo. A Colômbia é um exemplo com grande número de ocorrências desse crime e até 2014 já haviam centenas de casos registrados. Com tantas vítimas, o país se uniu nas redes sociais a fim de diminuir o drama sofrido por elas. Partindo disso, Gina Potes, por ser vítima do primeiro caso registrado de ataque químico da Colômbia, criou uma fundação chamada Reconstruindo Rostos. Essa instituição tem por objetivo acompanhar as vítimas de ataque químico, providenciando ajuda médica e psicológica, que promovam a recuperação da autoestima, o renascimento da confiança em si mesma e o retorno à vida cotidiana e ao mercado de trabalho.

Por haver tantos casos espalhados pelo mundo, passou-se a ter a preocupação em melhorar a assistência psicológica e o atendimento hospitalar para com as vítimas de ataque químico, bem como uma mudança nas leis de compra e venda de produtos com forte acidez ou basicidade para uso doméstico e de punição aos agressores. Porém, essas coisas tem um processo lento para se consolidarem. E como não dá para prever quando ou se você será vítima de queimadura química é bom ter em mente que ao ter o corpo atingindo por ácido ou base forte deve-se lavar o local atingindo com água em abundância por 20 minutos, remover acessórios que tenham sido também atingidos e se dirigir ao pronto socorro o mais rápido possível. E nada de ingestão de líquido e/ou alimentos até ser autorizado por um médico.

 

Mais informações:

Como tratar uma queimadura química

Fundação Reconstruindo Rostos

 

Bibliografia

BORGES, Thaís. Perigosos, ácidos usados em ataques não são controlados; substâncias provocam queimadura química. Disponível em <http://www.correio24horas.com.br/detalhe/salvador/noticia/perigosos-acidos-usados-em-ataques-nao-sao-controlados-substancias-provocam-queimadura-quimica/?cHash=028ff06a09419fe24f836f508d3402f8> Acesso em: 26 de maio de 2017.

DCK, Elly; NELSON, Jennifer. Queimaduras Químicas. Disponível em <http://pt.healthline.com/health/queimaduras-quimicas#Overview1> Acesso em 26 de maio de 2017.

REYES L., Elizabeth. Quase mil colombianos sofreram ataques com ácido na última década. Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/04/05/internacional/1396657397_898540.html> Acesso em 30 de maio de 2017.

IG SÃO PAULO. Vítima de ataque com ácido, britânica tem 30% do corpo coberto por queimaduras. Disponível em <http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2017-05-09/acido-ataque.html> Acesso em 30 de maio de 2017.

NEIRA, Armando. “Si no eres para mi, no serás para nadie.” Disponível em <http://internacional.elpais.com/internacional/2011/11/23/actualidad/1322043264_854140.html> Acesso em 30 de maio de 2017.