O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou no último domingo (2), após debate entre cientistas e autoridades do governo, seu mais recente relatório em que deixa claro que as emissões de gases do efeito estufa devem ser zeradas até 2100 para evitar uma alteração climática grave.
O relatório do IPCC serve de base para negociações internacionais para buscar medidas de redução de emissão de gases que provocam o efeito estufa. Envolveu mais de 800 autores e revisores que analisaram cerca de 30 mil publicações e possui a base científica subjacente dos impactos, adaptação e vulnerabilidade e os tipos de opções de abrandamento que temos disponíveis.

O scretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (esq.) e o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri, apresentaram o relatório.
O relatório adverte para os seguintes riscos:
– agravamento da segurança alimentar, com impacto nas colheitas de grãos e na pesca;
– aceleração da extinção das espécies e dano aos ecossistemas dos quais o ser humano depende;
– correntes migratórias provocadas pelo impacto econômico dos danos da mudança climática e a perda de terras em consequência do aumento do nível do mar;
– maior escassez de água, especialmente nas regiões subtropicais, mas também um risco de maiores inundações nas latitudes do norte e do Pacífico equatorial;
– riscos de conflitos por causa da escassez de recursos e impacto sobre a saúde provocado pelas ondas de calor e a proliferação de doenças transmitidas por mosquitos.
Até o ano de 2100, a utilização de combustíveis fósseis sem controle deve ser suspensa, alerta o relatório. Além disso, é sugerido que o uso de combustíveis renováveis deverá compor o setor de energia em 80% até 2050, diferente dos apenas 30% atuais.
Segundo o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri, “a influência humana no sistema climático é clara, quanto mais perturbamos nosso clima, mais riscos temos de impactos graves, amplos e irreversíveis.” Destacou também que as mudanças climáticas afetam todo o mundo e terão grande importância futuramente.
De acordo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “primeiro: a influência humana no sistema climático é clara e crescente. Segundo: temos que agir rapidamente e de forma decisiva se quisermos evitar resultados cada vez mais perturbadores. Terceiro: temos os meios para limitar a mudança climática e construir um futuro melhor.”
Um ponto importante destacado pela ativista Samantha Smith da organização World Wildlife Fund, é que o relatório mostrou que as soluções são acessíveis sem impactar as economias.
“Aqueles que escolhem ignorar ou questionar o que a ciência mostrou tão claramente neste relatório, o fazem colocando em grande risco todos nós, nossos filhos e netos”, afirmou John Kerry, secretário de Estado americano.
Referências:
Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/11/141102_ipcc_relatorio_fn> Acesso em: 06/11/2014.
Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Relatorio-final-do-IPCC-nao-deixa-duvidas-precisamos-agir-agora/> Acesso em: 06/11/2014.
Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/11/concentracoes-de-gases-do-efeito-estufa-sao-maiores-em-800-mil-anos.html> Acesso em: 06/11/2014.